Ainda me lembro do meu primeiro bilhetinho de amor.
Eu tinha uns 10 anos de idade.
Talvez esse fato não esteja nas memórias do Renato.
A carta foi entregue na frente do posto de gasolina.
Dizia assim: “peguei um barquinho para atravessar o oceano somente para dizer que te amo”. A promessa não durou nem as braçadas da piscina do Tênis Clube de Tupã.
Curio…cidades
A notícia veio sem nenhum planejamento.
Me pegou de surpresa.
O teste de farmácia deu positivo.
Aquele pequeno “+” em azul é o sinal de uma grande mudança em nossas vidas.
O diretor da escola dos meus filhos defende uma teoria interessante, a criança tem que falhar.
Mais do que isso, nós, adultos, temos a obrigação de incentivar essas falhas.
Devemos motivar nossos filhos.
E, se falharem, não temos que chamar a atenção, temos que parabenizá-los.
O tema é tão interessante que esse diretor tem uma palestra no TED falando sobre a importância do falhar.
A frase me atingiu em cheio. “Os filhos são nossos mestres mais do que nossos aprendizes”.
Saiu da boca de uma médica antroposófica e foi direto para minha mente.
Ficou ali, insistentemente.
Faz quase 10 anos que estou nessa missão de aprendiz.
A gente educa um filho com a intenção de fazer tudo certo, mesmo quando a gente erra.
E claro, sem querer, a gente erra.
E lá estão eles prontos para nos dar a próxima lição.
Não, não é a minha vontade.
Minha sobrinha disse isso e arrepiou a espinha dos pais, tios, avós… todo mundo.
Medicina? Não tem nenhum médico na família.
Passar no vestibular é uma missão que alcança outro patamar.
Vai de impossível para impensável.
Ela estava decidida e prestou para medicina.
Se tivesse passado esse texto acabaria aqui, certo?
“O errado é errado, mesmo que todo mundo faça.
O certo é certo, mesmo que ninguém faça.”
Frase simples, dita pelo inglês William Penn (fundador da província – depois estado – da Pensilvânia), pintada na parede de um ginásio de escola.
As crianças entendem de primeira.
Os adultos… esses já tem uma pequena dificuldade de compreensão.
Pior ainda se a gente aumentar um pouquinho a sentença:
“Errado é errado, mesmo que ninguém esteja vendo”.
Estou para escrever um texto de ano novo, mas foram tantas resoluções para 2017 que só agora terminei de anotar tudo.
Para o ano prosperar as exigências são cada vez maiores.
Antes mesmo da contagem regressiva, eu já estava tensa.
A pressão foi enorme.
Hoje uma pergunta me intrigou: O que você deixou de ser quando cresceu?
Me lembrei da dona do zoológico… da bailarina… da vendedora de doces…
Na minha lojinha toda criança teria o direito de comer, sem pagar.
O tempo, cruel, levou esses desejos.
Já na sua versão generosa, o tempo foi capaz de armazenar outros sonhos comigo.
Tenho um amigo talentoso.
Empresário genial, goleiro meia boca… e contador de história dos melhores.
É o tipo de cara que você não consegue encontrar por 5 minutinhos.
Se for encontrar, pode reservar 2 horas para o bate papo, com a certeza de que vai ser legal.
Bom, esse amigo me falou que a fé que ele tem foi definida por um italiano como uma “fé infantil”. Na hora imaginei que era uma crítica, pensei em uma fé meio bobalhona. Mas depois, a arte de contar histórias desse meu amigo entrou em ação.